terça-feira, 14 de maio de 2013

As coisas que me irritam em ti*

Irrita-me o teu sorriso… perfeito… capaz de derrubar até os mundos mais tristes;
Irrita-me que me olhes nos olhos, deixando-me desnudada de todos os meus medos e segredos;
Irrita-me quando à noite te despedes de mim e não me desejas boa noite, deixando-me perdida nos meus próprios desejos;
Irrita-me que me fales de amor, quando sabes muito bem que se pudesse te levava para um mundo só nosso e habitado só por nós;
Irrita-me que quando estejas comigo adormeças, de forma tão fácil e tão serena;
Irrita-me que não me respondas quando preciso que me respondas, que te cales quando a última coisa de que preciso é desse silêncio que me rasga a alma;
Irrita-me saberes o que sinto por ti, que me leias de forma tão fácil e transparente;
Irrita-me essa cara redonda perfeita, essa cara de menino tímido, de menino curioso, procurando respostas para mistérios que não existem;
Irrita-me o teu nariz de bébé;
Irritam-me as tuas mãos grandes, capazes de segurar todo o meu Mundo… vazio, leve como uma pena… e no entanto tão cheio… tão pesado…;
Irritam-me esses olhos pequenos e doces, capazes de descobrir histórias à muito esquecidas;
Irrita-me que me provoques… Sinto-me como uma estrela com o desejo de abraçar o Sol;
Irrita-me ter sonhos que não devia ter contigo, sonhos impossíveis;
Irrita-me que tenhas visto qualidades em mim, que nem eu própria via, sonhos de que nem eu própria já me lembrava;
Irrita-me não ter uma foto contigo para mais tarde recordar;
Irrita-me não te ter conhecido no momento certo, se é que existe um momento certo…;
Irrita-me ter saudades dos teus abraços suaves e envolventes como uma brisa calma e serena num dia quente de Verão;
Irrita-me pensar mais em ti, do que tu em mim;
Irrita-me por vezes ainda dar por mim à espera de uma mensagem de bom dia para que possa começar o dia com um sorriso doce e quente;
Irrita-me quando estou ao teu lado, perguntares-me constantemente se estou bem, quando sabes que melhor não poderia estar…;
Irrita-me ver-te em cada passo que dou, em cada pensamento em que me perco;
Irrita-me estar contigo e não sentir o tempo a passar, sentir que todo o Mundo nos pertence, sentir-me egoísta por roubar tempo ao tempo, segundos aos minutos, e minutos ás horas;
Irrita-me não estar contigo e sentir cada movimento dos ponteiros de um relógio arrastar-se numa eternidade demasiado penosa, demasiado insuportável…
Irrita-me adormecer sozinha noite após noite, sonhando apenas com aquele momento em que estarás novamente do meu lado, a abraçar-me, a olhar-me…
Irrita-me que me faças o coração bater de forma tão desalmada, que por vezes e por breves momentos parece desabitar-me o peito;
Irrita-me conhecer todas as tuas imperfeições e serem elas mesmas que te tornam perfeito aos meus olhos;
Irrita-me seres capaz de me achar quando mais ninguém o consegue;
Irrita-me estar tão perto de ti, ver-te, sentir-te, e ao mesmo tempo tão longe, … tão distante…;
Irrita-me já não te sentir em mim, irrita-me já não me sentir em ti;
Irrita-me esta nossa história que parece só ter um início e um fim…
Irrita-me esta vontade tão constante de ti;
Irrita-me... Irrita-me que me irrites…
Tudo isto me irrita, tudo isto me fascina por ti,… e é tudo isto que me mantém por cá, de uma forma ou de outra...
 
D.C.
 
 
 
 

2 comentários:

  1. Compreendo esse estado de alma.
    A mente diz que não, mas o coração sim.
    Por vezes temos de ser mais racionais que sentimentais para não nos magoarmos mais.

    Beijinhos*

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  2. nem sei o que te dizer...é difícil lidar com sentimentos contraditórios!

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